domingo, 16 de janeiro de 2011

II Série da Coleção Versões em versos - Parte VI

Parte VI
Adeus... Amigos não dizem...

Gurupi, do Tupi “Diamante Puro”, trata-se de um município do Tocantins. Considerada ainda Capital da Amizade. População estimada em pouco mais de 75 mil habitantes.
Em julho de 2001 vim parar nesta cidade.
Se ao menos pudesse me despedir de meus amigos...
Um até logo apenas!
Que dura pena.
Esta era sentença!
O povo não teve pena.
A cidade tornou-se tão pequena.

Juazeiro do Norte, Ceará, tem sua população estimada em 250 mil habitantes. A cidade que amava, em peso, nos condenava...

Adeus... (?)
Aos amigos meus.

A Deus...
Olha para os filhos teus.
Os amigos que me deu.

Se pudesse ao menos ter dito aos meus amigos o quanto são especiais... Amigos sempre deixam um pouco deles em nós.

Chegam como quem não quer nada...
Roubam a cena.
E quando achamos que não somos nada
Tornam nossa alma serena.

São poucos os que nos deixam bobos...
Têm o poder extraordinário de nos retirar do lugar comum.
Do lugar de dor.
Enchem-nos de amor.
Amor fora do comum.

Amigo...
É abrigo.
Te sigo... não busco outro caminho...
Não consigo.
Amigo,
Sou contigo...
Está comigo.
Meus amigos não me abandonaram, eu os abandonei.
Não pequei.
Mas paguei... (por um crime que não cometi)
Errei? Já não sei. Sei que paguei. Sim, meus amigos deixei.

Deus, por que não me deu um momento apenas para dizer adeus?

Aquela cidade que me formara nordestino arretado,
Deixei sem ser notado.
Sai calado.

Amigos... Têm o poder ainda de nos fazerem lembrar quem somos quando nos outros fazem perder a identidade.
Por muitas vezes esqueci quem eu era. Deixei de ser criança...


Sei que deixei um pouco de mim...
Mas levei uma parte deles comigo...
Amigos se completam.

Hoje, estou na Capital da AMIZADE, esta que a partir do seu reconhecimento não me deixa esquecer dos amigos que lá deixei.
“... seja o que vier, venha o que vier, qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar, qualquer dia, amigo a gente vai se encontrar...” (1)
Amigos não dizem Adeus. 
(1) Canção da América - Milton Nascimento
Krislanio Alves

Um comentário:

Gabriela Marques de Omena disse...

Gostei! E sabe, fiquei pensando agora na palavra Adeus. É engraçado, mas em um dos teus versos me fez notar que talvez a palavra Adeus tenha vindo de uma suplica à Deus.
Pense só, alguém vai embora, e para sempre, dizer tchau é difícil, imagine definitivo? E então ele olha para o amigo, e depois para o céu e suplica: A Deus, nunca nos veremos mais. Isso é doloroso. - e agora se refere ao amigo confessando: - Sentirei sua falta.

Fiquei viajando aqui em turbilhão de pensamentos!!

Imenso beijo, Kris.
Obrigada por sua presença marcante no meu cantinho.
Sendo poeta até nos comentários! hihi