quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pai e mãe [definitivamente] deveriam ser eternos



PAI, meu heroi!
Por tempos busquei o significado da palavra saudade, o mesmo que recordação nostálgica de pessoas ou situações passadas. Recordar, do latim recordari, trazer a memória. Não bastou uma definição aurelística para perceber que saudade não tem tradução, foi preciso sentir. E quem já não sentiu saudades? É ver quando alguém parte e fica apenas o espaço que não pode ser ocupado por outrem. Aquelas coisas de criança, quando lhe tiram o doce e você o quer muito de volta e então você chora.
Mas não trata-se de um doce...
Volta...volta...
Recordações...Apenas recordações. Algumas são sempre mais presentes. Quem não se recorda das artimanhas de criança? Ou ainda quando esperava o pai chegar no fim da tarde pra lhe contar o que você fez durante o dia, ou ainda que seu irmão brigou com você, talvez, contar que você foi bem na prova,mostrar aquele desenho abstrato, onde você expressou o seu sentimento tão concreto, sua família! Pai, aquele que é visto como heroi, mãe, aquela a quem foi dado o direito de te gerar quantas vezes forem necessárias (Porque as vezes é necessário nascer de novo). E aí você cresce e junto a sua idade se arrastou a de seus pais e você percebe que você é grande demais pra sentar no colo de seu pai e pedir que ele lhe conte aquelas historias de quando ele era mais jovem ou pedir a sua mãe que fique próximo a você enquanto o sono não vem. Mas não percebe que seus pais estão velhos demais e que sua sabedoria ainda tem valor. É heroi, é heroína. E a saudade? É recordar tudo isso e querer voltar no tempo. Frustração você perceber que isso é ilusão! Voltar e querer estacionar no momento do tempo que você sentia segurança.
No decorrer deste tempo algo aconteceu e você, meu pai, estacionou, hoje eu descobri que tenho idade suficiente pra sentar no seu colo e pedir que desenhe aquele relógio em meu braço, me conte histórias pra dormir, me leve em suas viagens. E que viagens!Talvez a vida tenha imposto a sua ordem natural, o que é compreensível, mas o tempo, ah o tempo, este foge a compreensão, este não foi justo. Foi num dado momento do tempo que eu me vi sem você e que eu mais precisei de você, meu HEROI.
Na sua ausência renasci, porque mãe tem esse poder, gerar-nos sempre. Na dor, na solidão, na angústia. Hoje, resta-me saudade, mas olho no espelho e consigo enxergar os teus olhos nos meus, o teu sorriso no meu, genética que me faz te ver em mim. Recordar é trazer a memória!
Agradeço ao meu Pai e a minha mãe, aquele ausente, esta, presente, porque hoje o que sou é fruto de dedicação e amor a mim.

Krislanio Alves

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