Postando a 2ª parte desta série. Relembrando que o desafio consiste em mergulhar em um universo de sensações a partir de uma situação, cabendo ao leitor a vivência, a incorporação do personagem. Mais uma versão em rimas acessíveis e versos soltos.
Abaixo uma nova versão.
Situação: A crucificação
Versão: Segundo Maria.
Logo postarei mais uma versão conforme situação proposta.
E já penso em outra série. A idéia é interessante. A história ‘mexe’ bastante comigo.
II
Livra-me, pois, da dor, meu Salvador
(Segundo Maria)
Maria, Maria...
Aquela que exultou de alegria*,
Hoje, sofria...
Era o seu filho que na cruz ela via,
Então ela chorava em demasia.
*Magnificat, também conhecido como Cântico de Maria:
“A minha alma engrandece ao Senhor, meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Salva-me Deus...
És salvador...
Livra-me, pois, da dor.
O cântico era outro...
Neste momento seu coração, de alegria, não exultava. E se pudesse no lugar de Jesus estaria. Todavia, seu coração lá estava, junto a Jesus, naquela cruz.
É meu filho que na cruz eu vejo.
O seu corpo nu tão vermelho.
Era sangue, era chaga,
Ferido, meu filho estava.
Aquela que recebera a graça...
Dera a graça ao mundo.
Já não tinha graça, pois este insano mundo
Cometera uma desgraça.
Nenhuma palavra declarava,
Apenas chorava.
Olhava, e não acreditava.
Orava, e em seu coração, a Deus suplicava.
Deus, meu Deus.
Por que o abandonou?
Mundo, insano mundo,
Por que na cruz, meu filho, pregou?
Já não há graça,
Porque a graça recebera,
E de graça lhe tomara.
“Está consumado...”
Filho amado,
Não foi sozinho pregado.
Logo meu coração está machucado,
A lança acertara o alvo.
Filho, filho querido...
Quanto meu coração pode suportar?
Ver-te escarnecido,
Fora até cuspido.
“Em tuas mãos entrego meu espírito...”
Deus, Deus...
Livra-me, pois, da dor
Deus, Deus...
Meu salvador.
Krislanio Alves
2 comentários:
Ja estou seguindo seu blog tá...
http://paulstepola.blogspot.com/
"Deus, meu Deus.
Por que o abandonou?
Mundo, insano mundo,
Por que na cruz, meu filho, pregou?"
Mexeu comigo...
Você escreve demais, rapaz!
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