sábado, 22 de janeiro de 2011

Coleção Versões em versos - Parte VII


Apenas mais uma recordação

O povo tornou-se opressivo.
Era hora de partir. (Aqui estamos)

Aquele instante agressivo o tornara fugitivo.
Era definitivo?
Será que um dia naquela terra eu vou voltar?
Permita meu Padim Ciço regressar...
Uma nova história?
Um recomeço...

Lembro-me de quando criança, naquela escola, aquelas professoras que ainda recordo-me de seus nomes... Ela, Graça, que me ensinara às primeiras letras. A outra, Gorete, que me ensinara à naturalidade dos números, tão reais... Não contém fração de unidades, tão complexos, racionais.

Lembro-me do primeiro caderno. Palavras tão mal escritas, borradas, afinal, estava ainda no processo de aprendizagem. A vida me fez perceber que aqueles que nos agraciam com o aprendizado nos ensinam alem das palavras, dos números, nos ensinam a viver. Fascinante. Quando naquele caderno erramos, logo, nos ensinam (motivam) a apagar e reescrever, refazer.


Se nos momentos de máxima expressão de dor as palavras forem suprimidas... voltemos a infância. Um pouco antes de aprendermos as primeiras palavras...

“Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...” [1]

Trata-se de RECOMEÇAR.

Uma nova história? Talvez.
Prefiro acreditar ainda em um novo capítulo.
Existe um enredo, uma susseção de acontecimentos.
É preciso desvencilhar-se desta zona de conflitos.

A dor extrema nos dá a liberdade de encerrar um capítulo e iniciar outro.



Se ao construirmos um novo capitulo nos dermos conta de que estamos perdidos e sozinhos é preciso seguir...

“Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...” [1]

Toda estrada nos leva a um lugar...
Se existe mais de uma direção
Siga o coração.
(Eu segui o meu heroi).

“E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...” [1]

O que virá?
As palavras estão se organizando... e contruindo este capitulo...
Enumeremos as páginas, mas não limitemos... quanto mais páginas mais teremos o que o contar. É a nossa história...

[1] Aquarela - Toquinho
Krislanio Alves


 

7 comentários:

Unknown disse...

Recomeçar sempre é bom. Esse é o objetivo do novo ano. Reviver, e reviver é recomeçar. O recomeço não é voltar para o zero da vida, pois o zero é ponto de partida.

Você fez lembrar de minha professora Thereza, hoje se amo literatura e considero um poeta margianal é graças ao incentivo dela.

Abraço!

Garbo disse...

Gostei muito do estilo, apesar do conteudo nao ter me envolvido totalmente...

certamente vou copiar o estilo e fazer algo apraecido.

abç

Barbara Nonato disse...

Também gosto de trabalhar com músicas, usando trechos para ilustrar conteúdos. Gostei!

Toca Dos Links disse...

bem legal e bem vivo o texto parabens

http://tocadoslinks.blogspot.com/

Anônimo disse...

Texto fresco. Não de frescura de modo ruim, frescor mesmo, é como se tivesse dentro d'agua.
Como disseram ai, é vivo.
É lindo.

estrangulamentomoral.blogspot.com

Gabriela Marques de Omena disse...

Sensível. Me deu até vontade de abraçar o garotinho que escreve...

Unknown disse...

Sempre soube que existia dentro de você essa sensiblidade em tranformar seus sentimentos em palavras....Escrever estes textos pra você imagino que seja como pintar uma imagem com as cores dos seus desejos, alegria, tristeza,raiva,amor..enfim todos os sentimentos comuns aos seres humanose....